sexta-feira, 24 de maio de 2013

Domínio

Instrumento forte, vil e traiçoeiro, castigo, sofrimento, tudo o que nos move e comove, um feliz candidato, um puto de ocasião, ofertado para a Rainha, visto-me especialmente, do fundo do meu closet salta a eroticidade  justa e justaposta, colada ao meu corpo belo, realça minhas formas, adere a minha pele, gruda, como aprecio, calor delicioso, cheiro de couro, detalhes, costuras, protuberâncias internas estratégicas, desconforto excitante, preparada para aplicar a dor nesse macho, cáustica chibata, como ácido vai ferir essa pele branca, como aço deixará marcas, estrias vermelhas, machucados que me farão gozar enquanto aplico nesse corpo merecidas chibatadas. 

Ato-o ao crucifixo em X, perfeito, no pátio externo ao estúdio, ao entardecer, quando a brisa soprará sobre esse corpo e dirá a ele que o machuquei, que a chibata cortante ali passou, amarro os pulsos do vagabundo, ato seus tornozelos, torno-o imóvel, aplico-lhe a máscara, abro sua bunda, meu dedo passeia em seu rego, acaricia um pouco o cu, penetra-o, meto, meto, excito-o, sei que gosta disso, gemebundo, ignaro, insignificante macho, exemplar perdido e antigo de corpo mediano, de pouca resistência, ainda assim vou levá-lo a extremos de dor, ao último sofrimento, de férias, não precisará a ninguém explicar e menos ainda justificar os ferimentos que vou lhe cusar, as dores marcantes e marcadas que sofrerá, tudo ao meu bel prazer, ele me serve, ele me venera, meu puto, meu súdito. 

Rainha vigorosa vou levá-lo quase ao fim, meço as distâncias, calculo a ponta da chibata, marco no chão minha distância ideal , estalo a chibata, grito, xingo-o, chamo-o do que ele gosta, de puto, de viado, de safado e de filho da puta, a cada palavra um estalo, a cada estalo mais próxima fico, e acerto a primeira chibatada, vergasto a bunda, acerto a cintura, enrola-se nele, puxo fora, corto sua pele, fica a marca vermelha, delicada, repito a operação, gemidos, gritos, pedidos de clemência, mas não a palavra de salvaguarda, no fundo um pedido por mais e mais e aplico nova chibatada, e outra e mais outra, estalos intercalados, a ponta ferina que agora eu miro nas bolas do puto, acerto em cheio, um grito abismal, urro de dor e surpresa, puxo com força, outro grito lancinante, sons guturais, um murmúrio, ininteligível, mando-o falar direito, grito, ordeno, e ele repete, alto e bom som, seu sincero agradecimento, e isso me excita aplico-lhe outras em sequencia, entusiasmo, de ida e volta, da esquerda e da direita, estalos excepcionais, algumas vergastadas sangram, procuro outros locais, na bunda, nas coxas, ombros e braços, atinjo-o em todo o corpo, o suficiente para a dor profunda, insuficiente para desmaio ou inconsciência. 

Aproximo-me, pego o cabo da chibata, uso-o como bastão, aplico-lhe pancadas, uso o cabo na sua bunda, encoxo esse corpo dolorido, sinto sua dor passar para o meu e me sublimo, transformo-me, mordo essa nuca que se me oferece, cravo nela meus dentes e beijo ao mesmo tempo, uma total confusão de estímulos que o conduz a uma total confusão mental, aproximo-o da insanidade, eu adentro esse território perigoso e conhecido para mim, aonde construo a minha vida real, aonde transformo-me em besta, em fera, em alucinada mulher dominante, encosto meu corpo nesse que castiguei, dolorido, machucado, quase inerte, próximo ao esgotamento, como eu gosto, seguro o caralho por trás, sinto-o duro, fricciono, sinto-o teso, rijo, bela ereção, sustentável, sem remissão, não esmorece na servidão, merece, punheto-o até o gozo final, ejaculada espetacular desse corpo que restituo à vida nessa punheta generosa.





Um comentário:

  1. Simplesmente maravilhosa!!!Queria eu ter a honra de ser totalmente surrado e humilhado por ti Rainha Mariângela!!!!

    ResponderExcluir